...e o mundo livre perdeu as botas e foi parar lá no sertão.
O sertão insistia em dizer que ia virar mar, mas de lá não se esperava nem vento, nem ventania.
Era do norte que saia os sopros para mover os moinhos, era de lá.
Mas ele era cego, sentia o sopro, mas nunca conseguiu vê-lo. Cá pra nós, que pena! A cena era, de fato, muito bonita.
E naqueles passos eles se entenderam. Desculpa, esqueci de contar do choro. Ela era choro, tinha roubado toda água do sertão, e sempre despejava- antes do trem partir e antes dele chegar. O cego não sentia falta da chuva, mas do choro...! Sempre! E nos encontros e despedidas, o choro fazia dele choro também, repartindo a água, em dois, como à última fatia do bolo.
E o mundo livre era deles: o biquíni branco, a blusinha, e o sorriso jogado pra trás- ele podia ver. Mas o melhor o tempo esconde... Um foguete de asas enormes, [um foguete que não era americano] parou naquele sertão, trouxe o mar, o mel e outros suvenires.
O cego quis ir embora, e ninguém soube o porquê. Nas redondezas se espalhava que o cego ia fazer do grande mar do mundo, o sertão. Com ele, ela ia também. Para o cego o próximo grande sertão tinha que ter choro, caindo do céu, em milhares de foguetes- nos encontros e nas despedidas.
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